domingo, 5 de junho de 2011

Lucifer

 


Significado origem


O substantivo Lúcifer
ocorre seis vezes na "Vulgata", versão
latina da Bíblia, e uma vez em algumas Traduções
da Bíblia em língua portuguesa
, para referir a "Estrela da Manhã". Por
exemplo:


"E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva (Lúcifer) surja em vossos corações" (2 Pedro 1:19)

Aqui Lúcifer é Cristo. Por esta razão, ocorre o nome Lúcifer
entre os primeiros cristãos, por exemplo, São Lúcifer, bispo de Sardenha.



O rei da
Babilônia


Na tradução de Figueiredo
verte Isaías 14:12: "Como caíste
do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?"



Lúcifer (do latim Lux fero,
portador da Luz, em hebraico, heilel ben-shahar, הילל בן שחר; em grego na Septuaginta, heosphoros) significa o que
leva a luz', representando a
portador de luz, o planeta Vênus, que é
visível antes do alvorecer.Provém duma raiz que significa "brilhar" (Jó 29:3), e
aplicava-se a uma metáfora aplicada aos excessos de um "rei de Babilônia", não a
uma entidade em si, como afirma o pesquisador iconográfico Luther Link,[2] "Isaías não
estava falando do Diabo.Usando imagens possivelmente retiradas de um antigo mito
cananeu, Isaías referia-se aos excessos de um ambicioso rei babilônico"



A expressão hebraica (heilel ben-shahar) é traduzida como "o que brilha", nas
versões NM, MC, So. A tradução "Lúcifer" (portador de luz), (Fi, BMD) deriva da
Vulgata
latina
de Jerónimo e isso explica a
ocorrência desse termo em diversas versões da Bíblia.


Mas alguns argumentam que Lúcifer seja Satanás e por isso, também foi o nome
dado ao anjo caído, da ordem dos Querubins (Ez 28.14). Assim, muitos nos dias de
hoje, numa nova interpretação da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja origem é o hebraico Shai'tan,
Adversário



Hebraísmo /
Judaísmo


Os judeus o chamam de
heilel ben-shachar, onde heilel significa Vênus e
ben-shachar significa "o luminoso, filho da manhã". Alguns judeus
interpretam Lúcifer como uma referência bíblica a um rei babilônico. Mais tarde a tradição judaica elaborou a
queda dos anjos sob a liderança de Samhazai, vindo daí a mesma tradição dos
padres da Igreja.



Conceito da Igreja
Católica


Segundo a Igreja católica, Lúcifer era o mais forte e o
mais belo de todos os Querubins. Então, Deus
lhe deu uma posição de destaque entre todos os seus auxiliares. Segundo a mesma,
ele se tornou orgulhoso de seu poder, que não aceitava servir a uma criação de
Deus, "O Homem", e revoltou-se contra Deus. O Arcanjo Miguel liderou as
hostes de Deus na luta contra Lúcifer e suas legiões de anjos revoltosos; já os
anjos leais a Deus o derrotaram e o expulsaram do céu, juntamente com seus
seguidores. Desde então, o mundo vive esta guerra eterna entre Deus e o Diabo;
de seu lado Lúcifer e suas legiões tentam corromper o homem; do outro lado Deus,
os anjos, arcanjos, querubins e Santos travam batalhas diárias contra as forças
de Lúcifer.








"A queda de Lúcifer", ilustração de Gustave Doré para o
livro O Paraíso Perdido de John Milton.

A aparência de Lúcifer pode variar; acredita-se que ele (chamado agora de
Diabo), pode assumir a forma que desejar, podendo passar-se por qualquer pessoa.
Seu aspecto físico criado pela Igreja em seus primeiros séculos (e
posteriormente herdado pelas várias religiões cristãs) fora copiado de várias
entidades das mitologias e religiões de diferentes povos antigos (não exatamente
ligadas a maldade). Seu reino, os Infernos, sofreu influência do Tártaro da
mitologia grega, morada de Hades, local para onde iam as almas dos mortos, cuja
porta de entrada era guardada por Cérbero, o Cão de três cabeças; seus chifres
eram de , uma entidade
grega protetora da natureza; sua fama de representar uma força eternamente em
conflito com Deus veio do Zoroastrismo. Ainda encontramos coincidências com
as crenças dos antigos Egípcios, quando se acreditava que o Deus Anúbis (o Chacal) carregaria a alma dos mortos cujo
coração ao ser pesado numa balança, fosse mais pesado que uma pluma.


Durante a "baixa Idade Média", entretanto, o "Anjo Decaído" ganhou a hedionda
aparência com a qual o conhecemos hoje; asas de morcego, pés de bode, olhos de
fogo, chifres enormes na cabeça, olhar aterrorizante, etc. A idade das trevas
fora um momento fértil para a propagação de crenças nas ações de forças
demoníacas agindo sobre o mundo. Os milhões de mortos nas epidemias de peste negra geraram, juntamente
com a ocorrência de guerras sangrentas, a idéia de que "o Anticristo estaria
atuando no mundo". Foi aí que Lúcifer passou a representar a personificação do
mal da forma mais intensa e poderosa que conhecemos hoje. Surge a crença de que
para cada ser humano vivo na Terra, Lúcifer criou um Demônio particular,
encarregado de corromper aquele indivíduo; já Deus, não poderia deixar por
menos, e criou para cada ser humano um "Anjo da Guarda" ao qual incumbia da
missão de proteger e zelar pela alma daquela pessoa.


Interessante observar que o próprio Jesus Cristo é a estrela da manhã que ilumina até
o fim dos tempos toda escuridão (trevas), como em Apocalipse 22:16 onde está
escrito: "Eu, Jesus, enviei o meu anjo. Ele atestou para vocês todas essas
coisas a respeito das Igrejas. Eu sou a raiz e o descendente de Davi, sou a
estrela radiosa da manhã.". Assim como em II Pedro 1,19 que diz: "E temos, mui
firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma
luz que alumina em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela D'alva
apareça em vossos corações.".



A palavra Lúcifer significa "o portador da luz" ou "o portador do archote" (a
palavra tem sua origem no latim,
lux ou lucis com o significado de "luz"; ferre com o
significado de "carregar"). Ou seja, de acordo com a origem, seu significado é
"aquele que carrega a luz". Apesar de Satanás ser originalmente conhecido como
Lúcifer, perdeu seu posto ao desejar subir a alturas acima de Deus e de Seu
Ungido (Jesus Cristo).



A visão
teosófica


Corroborando outras opiniões, o Glossário Teosófico de Helena Blavatsky diz
que Lúcifer é a Estrela da Manhã, o planeta Vênus, e literalmente a palavra
significa O Portador da Luz. Rejeita a atribuição a Lúcifer dos defeitos
do orgulho e da arrogância que o cristianismo lhe imputou, nem diz que ele é a
origem do mal e tampouco o identifica com o diabo e similares, que considera
produtos apenas da imaginação humana sem existência autônoma real. Blavatsky faz
notar, como já foi dito acima, que o próprio Cristo, no Apocalipse (cap. XXII, 16) chama a si mesmo de
"Estrela da Manhã".


Mas o nome também esconde uma multiplicidade de significados alegóricos, dos
quais talvez o mais importante é sua identificação com Manas, a Mente dual, a inteligência espiritual que habita
em todos os homens, que tanto condescende voluntariamente em cair na matéria
como é o agente que foge por si mesmo da animalidade e resgata-se para uma vida
superior, sendo ao mesmo tempo o Tentador e o verdadeiro Redentor interno de
cada um.



Outras opiniões


Muitos exegetas afirmam que não
existe fundamentação bíblica para
identificar Lúcifer como o Satã tentador. Esta confusão com Satã foi
ocasionada por uma má interpretação de Isaías 14:12-15
: "Como caíste
desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu
que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima
das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me
assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei
semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao (Seol) inferno,
ao mais profundo do abismo."
.


Esta interpretação é geralmente atribuída a São Jerônimo, que ao traduzir a
Vulgata atribuiu Lúcifer ao anjo
caído, a serpente tentadora das religiões antigas, embora antes dele esta
interpretação não existisse. Oficialmente a Igreja não atribui a Lúcifer o papel de
Diabo, mas apenas o estado de "caído" (Petavius, De Angelis, III, iii, 4).


Por exemplo, a enciclopédia Estudo Perspicaz das
Escrituras
, vol.1, pág, 379, explica que "o termo "brilhante", ou
"Lúcifer", é encontrado na "expressão proverbial contra o rei de Babilônia" que
Isaías mandou profeticamente que os israelitas proferissem. De modo que faz
parte duma expressão dirigida à dinastia babilônica
.


Que o termo "brilhante" é usado para descrever um homem e não uma criatura
espiritual é notado adicionalmente na declaração: "No Seol serás precipitado." Seol é a sepultura comum da humanidade — não um lugar ocupado
por Satanás, o Diabo. Além disso, os que vêem Lúcifer levado a essa
condição perguntam: "É este o homem que agitava a terra?" É evidente que
"Lúcifer" se refere a um humano, não a uma criatura espiritual. — Isaías 14:4,
15, 16."



Por que se dá tal ilustre descrição à dinastia babilônica? Temos de dar-nos
conta de que o rei de Babilônia seria chamado de brilhante apenas depois da sua
queda e de forma escarnecedora. (Isaías 14:3)


O orgulho egoísta induziu os reis de Babilônia a se elevarem acima daqueles à sua
volta. A arrogância da dinastia era tão grande, que ela é retratada fazendo a
seguinte declaração jactanciosa: "Subirei aos céus. Enaltecerei o meu trono
acima das estrelas de Deus e assentar-me-ei no monte de reunião, nas partes mais
remotas do norte. . . . Assemelhar-me-ei ao Altíssimo."
— Isaías 14:13,
14.


As "estrelas de Deus" são os reis da linhagem real de Davi. (Números 24:17) A
partir de Davi, essas "estrelas" governavam desde o Monte Sião, e com o tempo, o nome Sião passou a ser aplicado a toda a cidade. Por
decidir subjugar os reis judeus e depois removê-los daquele monte, Jerusalém, Nabucodonosor declara sua
intenção de se colocar acima dessas "estrelas".


Em vez de atribuir a Deus o mérito dessa vitória sobre eles, coloca-se
arrogantemente no lugar Dele.


Portanto, é depois da sua queda que a dinastia babilônica é chamada
zombeteiramente de "brilhante".


Com certeza a arrogância dos governantes babilônicos realmente refletia a
atitude de Satanás, o Diabo também chamado de o "deus deste sistema
de coisas" ou o "deus deste mundo".-(2 Coríntios 4:4)


"Satanás também anseia ter
poder e deseja colocar-se acima de Deus. Mas a Bíblia não atribui claramente o
nome Lúcifer a Satanás"
.- it-1 379.

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